A voz é considerada nossa identidade vocal e está presente desde o
nascimento de um bebê, com o primeiro choro, até a velhice. Ela nos
acompanha com o papel de transmitir os nossos sentimentos mais
profundos, de revelar quem somos, nossa personalidade.
Esta relação tão intrínseca entre voz e reconhecimento humano faz
parte de um processo que envolve aspectos físicos, sociais e emocionais
durante o decorrer da vida.
Conseguimos ao ouvir uma voz, sugerir se é uma criança, um adulto ou
um idoso, bem como seu sexo. Isso acontece porque a laringe, aparelho
responsável pela produção da voz, tem estruturas diferenciadas de acordo
com a idade e gênero.
Outro aspecto fundamental na construção da voz é o fator social. Em
cada região brasileira há pequenas diferenças em como se fala e no
padrão de voz. As entonações, ritmo, velocidade de fala, vocabulário e
expressões fazem parte da cultura de cada local e forma o regionalismo,
conhecido como sotaque, nos permitindo situar o lugar que o sujeito vive
ou nasceu.
A emoção é outra peça fundamental na formação da voz de um indivíduo.
Através da voz conseguimos exprimir uma gama de sentimentos, como a
raiva, alegria, tristeza, dor, amor e nervosismo. É por esta razão que
ao atender ao telefone, percebemos quando o nosso interlocutor está
triste, ou apreensivo com algo.
Além disso, a nossa personalidade também estará presente ao falarmos.
Normalmente, pessoas tímidas, introspectivas têm vozes mais baixas e
tendem a ser mais agudas, ao passo que pessoas mais agitadas, vozes
fortes e pessoas sérias, vozes mais graves. A relação entre voz e emoção
é complexa e traz uma série de detalhes e dados científicos
importantes, o que nos levou ao próximo artigo que será postado em
breve.
Este
conjunto de aspectos citados nos faz identificar pessoas ao telefone,
reconhecer emoções e distinguir se o que está sendo falado não é
verdadeiro, quando a voz expressa um sentimento que não condiz com a linguagem corporal. Contudo, em algumas situações, ela pode provocar uma falsa revelação.
Alguns indivíduos possuem uma determinada característica vocal que
pré-julga uma personalidade ou um sentimento, mas compõem um quadro de
alteração orgânica, como uma paralisia de prega vocal. Por exemplo, uma
mulher com 40 anos de idade que tem paralisia pode apresentar voz fina,
estridente e intensidade alta, e ser avaliada ao telefone como uma
adolescente, ou pessoalmente como uma adulta com dificuldades em lidar
com questões emocionais. Por isso, devemos tomar cuidados com antecipações e análises precipitadas.
Outro fato interessante em ser notado é que pela voz ser uma
ferramenta tão importante no processo comunicativo e na transmissão de
sentimentos, os profissionais da mídia possuem treinamento vocal para
favorecer o conteúdo da notícia que será passada ao vivo.
Podemos observar que quando o tema da notícia é triste, a voz tem um
padrão grave e velocidade de fala lentificada, enquanto que quando o
assunto é alegre, a voz tende a ser agudizada, com velocidade de fala
acelerada e volume de voz levemente elevado. São estes aspectos vocais
que provocam em nós o sentimento de identificação com o que está sendo
assistido.
Como podemos observar, nossas vozes revelam nossas identidades, assim
como nossas intenções comunicacionais. Por esta razão, as análises
vocais têm sido utilizadas na identificação de criminosos, no processo
de contratações e em diversas outras áreas. Treine sua audição para
compreender através da voz as situações ao seu redor.
Um abraço
Leilane Sena e Renata Borges
PS. : Obrigada Amiga e Fonoaudiologa Renata pela contribuição.
Fonte: http://linguagemcorporal.net.br/paralinguagem/a-voz-revela-uma-pessoa/ em 01/01/2013
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