segunda-feira

O papel do psicólogo em RH


Novas formas de administração de Recursos Humanos têm surgido. Fala-se muito em cultura organizacional. Em subjetividade nas organizações. A psicologia organizacional tem se tornado uma ciência mais forte e importante.
O papel do psicólogo nas organizações deixa de ser o de mero aplicador de técnicas e procedimentos, como há tempos atrás. Já não mais se associa Recursos Humanos a papéis, procedimentos, organização física das pessoas de uma empresa. Cada vez mais se torna claro à população leiga a diferenciação básica de RH para Setor Pessoal. Eles já não mais são a mesma coisa, apesar de serem bons parceiros.
O trabalho do psicólogo nas organizações tem deixado para trás a marca behaviorista, de mero aplicador de técnicas e procedimentos. Fala-se em subjetividade, em qualidade total, em visão sistêmica de trabalho, todas questões que contrariam o antigo modelo.
O conhecimento empírico faz ver que os psicólogos têm usado maneiras pessoais e conhecimentos não habitualmente utilizados em organizações, mas comumente usados na clínica para gerir suas atividades, visto que está havendo uma revolução dos trabalhos nesta área e, dessa forma, os profissionais têm compreendido que permanecem lidando com pessoas independente da área em que estejam trabalhando e que para isso, precisam ter uma visão de indivíduo para desenvolver suas funções.
Em princípio tudo isso é muito bom, está se abrindo caminho para a psicologia em sua profundidade dentro das organizações. Não mais se está fazendo de conta que se trabalha com pessoas, mas se está verdadeiramente caminhando rumo à Gestão de Pessoas.
As pessoas formam a essência de uma organização. Sem ao menos a existência de uma pessoa não haverá empresa, não existe nada mais importante para uma organização do que seu quadro pessoal. Mesmo que não seja com técnicas, mas num aspecto leigo, uma organização só funciona bem se souber utilizar com competência seus funcionários.
Esta realidade tem em suas origens uma aparente contradição, ao mesmo tempo em que a psicologia é uma ciência nova, tanto nas organizações como enquanto ciência nas diversas disciplinas em que se aplica, é uma disciplina antiga, visto que desde os primórdios observa-se uma notável preocupação com a natureza humana, preocupações não muito diferentes das que hoje ocupam os psicólogos.
O mesmo pode ser dito em relação ao papel dos psicólogos dentro das organizações, ainda que não tenham adentrado nestas há muito tempo, é antiga a preocupação com os funcionários. Todos procuram os profissionais adequados para cada cargo.
No entanto, por mais que a sociedade esteja evoluindo rumo à compreensão da necessidade de profissionais responsáveis pelos Recursos Humanos da empresa, ainda que se fale em pessoas certas para ocuparem determinadas posições, é comum que se encontre resistência frente à prática do trabalho do psicólogo na organização. E quando se diz resistência, é realmente no sentido psicanalítico da palavra, assim como no tratamento psicanalítico o sujeito se opõe ao acesso ao seu inconsciente, quando o mesmo não consegue lidar com determinadas ações dentro da empresa, por diversas vezes é por temer o seu acesso a algumas questões inconscientes.
É importante, portanto, que se reconheça a reação de cada membro da empresa para que se possa desenvolver o trabalho e lidar com estas resistências. Faz-se necessário no momento de implementação dos projetos do RH, que se faça uma análise detalhada da reação de cada um dos envolvidos, que se reconheça desde a mais sutil das resistências até às mais nítidas e notórias.
O conhecimento de pessoas aqui se faz indispensável, já que muitas vezes, consegue-se adesão, sem que realmente as pessoas estejam crentes de que o projeto dará bons frutos, podendo tornar a situação ainda pior do que a de resistência aparente. É importante que as pessoas acreditem no trabalho do profissional desta área, e por isso mudem.
O dito: "Entra-se numa empresa pelas características técnicas, porém se sai pelas características de personalidade" tem se tornado chavão dos profissionais da área, outrossim, não se compreende a profundidade desta frase. Fortes questões inconscientes estão em xeque em cada uma destas saídas.
O ponto em questão, portanto, é o quanto um profissional que entra na empresa com a intenção de modificar a estrutura humana da mesma, mexe com as questões pessoais de cada um dos membros, iniciando pelos gestores e chegando ao mais baixo escalão. Os profissionais desta área mobilizam e geram temor, desta forma muitas vezes quase que impossibilitando um bom trabalho em algumas organizações.
É exatamente sobre estas questões subjetivas que paira o trabalho de um psicólogo nas organizações e, portanto, se faz necessária uma compreensão dessas questões. Pensem nisso.

Fonte: http://www.rh.com.br/Portal/Carreira/Artigo/4269/o-papel-do-psicologo-em-rh.html

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